quinta-feira, 14 de abril de 2011

O carretel nu

O corpo nu do carretel vê enfim
as possibilidades das dobras
desdobradas no fluxo das horas
e do movimento que puxou
a ponta do novelo jogado ao tempo

Em volta os fios alinhados
à luz que tudo quer objeto
Os fios desenrolados
sob a magia da ilusão e do engano
que perde o medo e a necessidade de enlinhar-se

Distendidos espraiam a força e a beleza soberana de cada
dobra desdobrada da Extremidade Íntima
até o carretel se desligar do último e que é
(também) o primeiro Ato

Ana Barros
Natal, 26/03/2011

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