quinta-feira, 20 de agosto de 2020

O Ponto

Em cima. Embaixo...

Embaixo... Em cima.

Zigue-zague (ponto)

A paixão sobe e

desce ao chão

O ponto marcou em tempo morto

e apaga em linhas marginais

Outra vez o zigue-zague em

ângulos vadios e quebrados:

Embaixo... Em cima.

Em cima. Embaixo...

Cansada e triste no vagão veloz eu vejo passar

a linha reta que grita: “assenta na correnteza!”

Ali marquei o ponto


Ana Barros

Natal, 28/05/2020.

(Isolada da Covid-19)

  

Foto: domínio do Google

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Rizoma

O vento soprou música
na esfera enferrujada

de minha memória:

abandono a fadiga nas mãos

duras de Agora

Raízes me seguiram

desenterrada e sem alma

 

Ana Barros

Natal, 15 de junho de 2020.