segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

RECOLHIMENTO DO MAR NOTURNO


O véu é espesso e desmancha o mundo
Ausência que tudo cobre...
Já não escuto e nem vejo
o que antes era achado
Dirijo os meus olhos para este mar
que já não é mar, para este céu que já não é céu:
a noite me envolveu na penumbra da
ilusão que faz de tudo nada
Tenho às mãos o que deixou de ser segredo
Prazer imóvel que move
um oceano nos olhos

Ana Barros


sábado, 8 de dezembro de 2012

MEIO DIA

O lugar a voz e a imagem
aonde quer que eu fique
ou vá:
alfinetes na carne sem alma
O gelo secou a vergonha e a pele já sem assaltos
ao sol do meio dia acalma
Mas o olho cego exige
desmanche à dureza azul
Mas o que teve início não dorme
Mas o que alongou não encolhe
Pode uma sombra aqui e acolá
Pode um simples bater de olhos... de novo
os  ponteiros se juntam

Ana Barros