terça-feira, 9 de novembro de 2010

Desato

A imaginação é sangue
e o fluxo rasga os sentidos
Num instante, não mais que um instante, o gesto escorre
Gelo revigorante, paz, bálsamo de uma chispa

A ânsia recomeça noite adentro na vibração
dos nervos e na multiplicidade das formas,
na ocupação inflada e diabolicamente febril do Nada
Vontade a postos entre fluidos e Eternidade

Outra vez o gesto gesta e desintegra na superfície
sem jamais chegar ao fundo sem fundo onde
tudo cospe para cima e para os lados,
onde dançam miríades com o tempo da bolha
que explode e morre sem segurar o ato nem fixá-lo
na pedra da certeza sem corte

É só um instante... a febre passa

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