Havia se passado tanto
tempo que eu disse
“morreu no labirinto”
O verme – que retorna e
rói minha certeza
Eu, que carreguei o
animal ladeira acima
Que corri ladeira
abaixo
Que vomitei as vísceras
Que vomitei as vísceras
Enfiei-me no chão com as cigarras
Eu, que limpei ao vento
alto
Que larguei a pele
morta
Que bebi na luz a gota
de horror
Dormi abraçada a sonho bom
Mas a noite alheia à
carniça e Náusea
Entornou mais uma vez
No oco do pau a cigarra
canta
Ana Barros
Natal, 11/03/2018.
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