“Tenho um segredo”, eu disse dentro do
copo antes de tomar a dose
Que encerraria a breve história do que a
ninguém edito
Apago o cigarro entre o polegar e o
indicador molhado
Antes, porém, a maré arrasta as bitucas que
eu, passivo e alheio, joguei na areia:
Três maços boiam na superfície que devolve
o que não afunda
“Mas eu tenho um segredo”, repito sem
testemunha
Guardo o toco de cigarro atrás da orelha
e espero... Não tenho pressa
A onda avança e afoga os meus lábios:
bêbado trago a ressaca
E juntos caímos no abismo que nada
Ana Barros
Natal, 09 de novembro de 2015.
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