Minhas mãos frias percorreram
A calçada com seus guardas noturnos
Você caído a meus pés pedia
Que a sua dor fosse a minha
A mentira escreve à tela do
celular
A vida real grita entre nós
O cão dorme enrolado no lençol
que é seu
O casaco de lã que ganhei no
Natal
Mofa em armário desprezado no
quintal
O gelo degela os meus sonhos e
Já não quero casaco no armário velho
do quintal
Agora você dorme aquecido e
sonha
O cão dorme com o seu cobertor e
sonha
Eu volto para casa com os braços
nus
E não sonho
Ana Barros
Natal, 30 de outubro de 2018.
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