sexta-feira, 4 de maio de 2012

O terceiro ato


A última vez em que a pedra atingiu o alvo eu não morri
Apanhei a pedra e arremessei de volta com o cinismo dos mortos
Você rangeu os dentes ao ver que o escudo
feito por mim havia se rompido e a pedra além de ferir
retornou perfurante – não por vingança – pois esqueci
de agir e os fios partidos abriram à doçura gasta
“A vez é sua” eu disse deixando o palco
Sem olhar você vestiu as máscaras e os papéis
dos meus antepassados dos meus antepassados dos meus
(ante) passados... Começava
o terceiro ato

Ana Barros

Um comentário:

  1. A poesia nos faz "Avatar" pois todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente.

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