terça-feira, 26 de março de 2024

O céu da filha morta


Você disse para eu ir sem medo... eu, que desde sempre solo a filha morta, gritei: “ avante! ”

Porém você viu tão somente a virgem louca seduzida por bilhete rosa do esposo que arrasta poder e glória da frieza da cama à impotência no túmulo

“Mas você não sentou diante da cria desdentada de fortuna e juntas não cantaram o canto de Malogro? Então mais uma vez sente à mesa em que os pratos foram retirados, e cante! ”

Com alegria nos lábios digo que desde o nascimento não sento à mesa em que os pratos foram retirados

Quedo à sombra que abre réstias no céu da filha morta

 Ana Barros


sábado, 9 de março de 2024

Apaixonada

A fadiga trouxe de volta o objeto que matei

Malogro ramificado nas fibras nervosas do sonho

Tropeço no real

É vontade esmagada de novo   

 

Ana Barros