sábado, 28 de dezembro de 2013

O TEMPO

Eu que assentava numa rocha
e fui a filha do desejo insaciável 
mais uma vez quis o querido 
Vi que o novo desconhece o mesmo
que ao velho conhecedor não surpreende
O velho sem mais necessidade de repetir-se 
na brincadeira de montar e desmontar 
afunda em areia movediça

Ana Barros


sábado, 21 de dezembro de 2013

FILHO DE CRONOS

                          Para Pedro Ivo
                     
Desde que o céu e a terra disseram “sim”

E Cronos regurgitou seus filhos

A flor sem pétala cheiro e cor

Para sempre nasce

Para sempre morre

O tronco sem raiz sobe

O tronco sem raiz desce

No círculo que chora e goza

O éter sem fim rosa



Ana Barros